terça-feira, 23 de dezembro de 2014

LINFONODO SENTINELA: O QUE É? QUANDO DEVE SER RETIRADO


O que é linfonodo sentinela?


O linfonodo sentinela (LNS) é definido como o primeiro a receber a drenagem linfática da área tumoral, decorrente da progressão ordenada de células pelo sistema linfático primeiro, e por esta razão será o primeiro sítio a receber metástases se ocorrer disseminação linfática.( Doting MHE, Jansen L, Nieweg OE, et al.Lymphatic mapping with intralesional tracer administration in breast carcinoma patients. Cancer 2000;88(11):2546-5)

É primeira barreira de defesa do organismo contra o espalhamento o câncer (metástases).
Depois dele é que outros linfonodos são afetados.

Caso, por algum motivo não ocorra essa defesa, algumas células malignas podem escapar e se alojar em órgãos à distância. As condições em que o linfonodo sentinela indicam o estado em que se encontram os outros linfonodos da região (axilar, inguinal etc.)

A biópsia de linfonodo sentinela é um método de amostragem axilar seletiva, minimamente invasivo e altamente sensível na identificação de metástase.
O estudo histopatológico deste linfonodo pode predizer a presença de metástases axilares.



Quando se indica a retirada do linfonodo sentinela?


Nos casos de câncer de mama e para os raríssimos casos de carcinoma de células de Merkel (células que se localizam na camada basal da epiderme, onde estão ligadas a terminais nervosos da pele).

O linfonodo sentinela orienta o médico quanto à direção da drenagem linfática do tumor e o estado em que se encontra, sugerindo ou não a retirada dos demais gânglios regionais.
Para a realização da biópsia do linfonodo sentinela é indispensável equipe multidisciplinar, composta por radiologista, médico nuclear, cirurgião e patologista.

Todos devem ter treinamento prévio, sendo imprescindível, numa primeira fase, comparar os resultados obtidos pela biópsia do linfonodo sentinela com a dissecção axilar antes de implantar a nova técnica como rotina.

Como se sabe qual é o linfonodo sentinela?

Um dos métodos de identificar o linfonodo sentinela é por meio de um exame feito antes da cirurgia de retirada do tumor, chamado linfocintilografia, no qual uma substância radioativa é injetada na derme horas antes da operação, em regiões escolhidas de acordo com a localização do tumor.

Essa substância é absorvida pelas células cancerosas, gerando imagens que são aptadas por uma sonda especial da radiação gama (geralmente um aparelho portátil que possui uma sonda de detecção e sistema de registro digital), permitindo, assim, a avaliação do exame pelo cirurgião. Em casos de câncer da mama, o outro método consiste na injeção de um corante azul na região da aréola mamária minutos antes do procedimento cirúrgico, o qual é captado pelo linfonodo sentinela.

Então o cirurgião procura na axila o linfonodo corado com esse azul e procede à retirada do mesmo.

No caso de mostrar metástases, os demais linfonodos da região comprometida devem também ser retirados.

Depois da cirurgia, o linfonodo sentinela deve ser submetido a um exame histopatológico mais aprofundado, para detecção de células metastáticas e determinação do tipo delas.

O linfonodo sentinela no câncer de mama

Embora o linfonodo sentinela seja atualmente a técnica padrão para o tratamento cirúrgico do câncer de mama inicial sem linfonodos suspeitos à palpação axilar em centros especializados, é prudente que o procedimento seja realizado apenas por cirurgiões que já tenham adquirido experiência com a técnica.

No Brasil, difi cilmente o médico dedica-se exclusivamente ao tratamento das doenças das mamas, atuando freqüentemente em Ginecologia e Obstetrícia, e, em inúmeros hospitais, há difi culdades técnicas para realizar a pesquisa do linfonodo sentinela, particularmente utilizando o colóide radioativo.

Torna-se, portanto, restrito o número de profissionais que poderá se capacitar adequadamente para realizar com segurança o procedimento.
A disseminação indiscriminada da técnica pode levar ao tratamento inadequado das pacientes.

1. Bass SS, Cox CE, Ku NN, Berman C, Reintgen DS. The role of sentinel lymph node biopsy in breast cancer. J Am Coll Surg 1999;189(2):183-94.
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3. Liberman L, Cody HS, Hill AD, et al. Sentinel lymph node biopsy after percutaneous diagnosis of nonpalpable breast cancer. Radiology 1999;211(3):835-44.
4. Morrow M, Rademaker AW, Bethke KP, et al. Learning sentinel node biopsy: results of a prospective randomized trial of two techniques. Surgery 1999;126(4):714-22.
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6. Weaver DL, Krag DN, Ashigaka T, Harlow SP, O’Connel M. Pathologic analyses of sentinela and nonsentinel lymph nodes in breast carcinoma. Cancer 2000;88(5):1099-107.
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8. Bass SS, Dauway E, Mahatme A, et al. Lymphatic mapping with sentinel lymph node
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9. Ollila DW, Brennan MB, Giuliano AE. The role of intraoperative lymphatic mapping and sentinel lymphadenectomy in the management of patients with breast cancer. Adv Surg 1999;32(16):349-65.
10. Doting MHE, Jansen L, Nieweg OE, et al. Lymphatic mapping with intralesional tracer administration in breast carcinoma patients. Cancer 2000;88(11):2546-52.
11. Jansen L, Doting HE, Rutgers EJT, Vries J, Olmos RAV, Nieweg OE. Clinical relevance of sentinel lymph nodes outside the axilla in patients with breast cancer. Br J Surg 2000;87:920-5.


Fonte: Idealterapia

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